Diante de diferentes desafios, ainda assim, a suinocultura no Brasil ganha cada vez mais expressividade no setor de carnes.
Em 2021, o nível de crescimento foi enorme. Com alta demanda do mercado e a carne suína na mesa de milhões de brasileiros, ocupando o lugar da carne bovina, houve recordes de produção, consumo e exportação.
Ao longo do conteúdo, serão apresentadas algumas (im)previsões, números, dificuldades e a atual realidade da suinocultura no Brasil. Continue a leitura até o final e fique por dentro do mercado suíno!
Suinocultura no Brasil: dados e projeções
Frente a este cenário de desenvolvimento e progresso, as perspectivas para a suinocultura no Brasil são de crescimento neste ano.
Mas isto é bom ou ruim? Como disse um dos fundadores da Nutron (Luciano Roppa), “a Suinocultura Brasileira vai muito bem, porém os Suinocultores Brasileiros nem tanto!”
Os dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) demonstram que a produção de carne suína deve aumentar 4% em relação a 2021, já que se espera um volume de até 4,850 milhões de toneladas em 2022, podendo ultrapassar a barreira de 5 milhões de T.
No que diz respeito à exportação e ao consumo per capita, os números indicam:
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Exportação:
Em 2021, exportamos 1,13 milhão de toneladas (Recorde), e a estimativa para 2022 é de que os embarques internacionais ultrapassem 1,2 milhão de toneladas, o que representa um aumento de 7,5% diante das exportações de 2021.
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Consumo per capita:
As projeções apontam que o consumo anual per capita de carne suína chegará até 3% a mais do que no ano anterior, contabilizando ao todo 17,3 kg per capita.
Em geral, estes números sugerem que o ano que acaba de chegar será de resultados melhores e que, consequentemente, a suinocultura no Brasil, mais uma vez, baterá recordes históricos.
Dificuldades e custos de produção
Durante o ano de 2021, a suinocultura no Brasil lidou com um enorme desafio – o preço do milho. Por causa desse fator, ocorreu um aumento nos custos de produção.
Ainda, a pandemia de Covid-19, a inflação elevada e a desvalorização da moeda brasileira culminaram no aumento de tarifas públicas e na alta dos preços de produtos importados, ambos componentes importantes ao se pensar o custo de produção.
Para 2022, mesmo com a quebra da primeira safra, devido à seca no Sul, as perspectivas são mais otimistas, pois, se o clima ajudar, a previsão da segunda safra será excepcional, havendo especulação de estabilidade no que se refere ao preço do milho.
Assim, se tal expectativa se concretizar como realidade, será um momento de maior tranquilidade para os produtores imersos na suinocultura no Brasil, visto que o milho e a soja são responsáveis por cerca de 70% dos custos.
Outro fator importante para se levar em conta é que os preços internacionais estão se recuperando nas últimas semanas. Na China, onde o suinocultor chines chegou a perder aproximadamente US$ 200,00 por animal, os preços vêm se recuperando e já estão próximo ao custo de produção, que passa de US$ 3,20 / Kg de suíno vivo.
Além da questão dos preços internacionais, temos que observar a produção mundial de suinos que vem caindo nos principais produtores, como EUA, própria China e União Europeia. Isto nos remete à um cenário de maior dependência da carne suína brasileira.
Qual a participação do Brasil no mercado internacional?
Ao longo de 2021, o Brasil exportou aproximadamente carne suína para 102 países. No entanto, apesar de tantos destinos, 90% da demanda se encontra concentrada em menos de 10 países.
Entre os maiores importadores de carne suína do Brasil, estão:
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China: representa cerca de 53,47% do total exportado pelo Brasil.
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Hong Kong: representa cerca de 11,53% do total exportado pelo Brasil.
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Chile: representa cerca de 6,04% do total exportado pelo Brasil.
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Singapura: representa cerca de 4,45% do total exportado pelo Brasil.
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Vietnã: representa cerca de 3,90% do total exportado pelo Brasil.
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Uruguai: representa cerca de 3,71% do total exportado pelo Brasil.
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Argentina: representa cerca de 3,10% do total exportado pelo Brasil.
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Filipinas: representa cerca de 2,39% do total exportado pelo Brasil.
De todos os destinos, é notável como o mercado chinês é onde a suinocultura do Brasil tem a participação mais expressiva e a maior demanda. Só no ano passado, os números mostraram uma obtenção de 11% desse mercado de importação.
Este ano, porém, temos a expectativa do retorno das compras pela Rússia, pois como falamos acima, seus maiores fornecedores estão com dificuldades e reduziram sua produção, apontando para o Brasil, novamente, como melhor alternativa de abastecimento.
Panorama da suinocultura
No decorrer do conteúdo, deu para perceber como a suinocultura no Brasil alcançou resultados excelentes, não é?
Sem dúvidas, o nível de exportação de carne suína foi o maior já registrado pelo Brasil. E, em termos de receita cambial das vendas, os valores chegaram a U$ 2,641 bilhões, sendo 16,4% maior que o atingido em 2020.
Qual a realidade da suinocultura em 2022?
Um dos fatores mais importantes para viabilizar a suinocultura no Brasil, o milho, conta com uma perspectiva otimista.
Em caso de clima realmente favorável, ao longo do ano, as chances de diminuição do custo de produção são altas, o que representa um alívio para o produtor.
Neste sentido, em relação à suinocultura no Brasil, as incertezas que se apresentam estão ligadas, principalmente, à economia ainda impactada pela crise sanitária e hospitalar (COVID 19) enfrentada nos últimos dois anos.
Por esse motivo, o mais aconselhado ao produtor é que mantenha o seu ritmo de produtividade, sem insistir ou realizar grandes investimentos em expansão.
Também, deve traçar um bom planejamento estratégico para fechar negócios benéficos durante a compra de insumos.
Dessa forma, a realidade da suinocultura no Brasil em 2022 se mostra de muita prosperidade, mas com alguns percalços no caminho.
Se você gostou de acompanhar as principais tendências da suinocultura no Brasil, aproveite para conferir mais conteúdos em nosso blog!