A aveia em grãos para bovinos é uma excelente alternativa para o período de seca, capaz de oferecer nutrientes essenciais. Além disso, ela proporciona bons resultados em todos os regimes, como confinamento, semi-confinamento e pasto.
Contudo, é preciso atenção na hora de oferecer a aveia para o gado. Veja as principais recomendações e dicas que separamos.
Como dar aveia para o gado?
A aveia em grãos pode ser usada como substituto parcial do milho. Substituindo até 40% na matéria seca ou participando de 30% da dieta, sem prejuízos ao desempenho e à saúde dos animais. Uma outra forma de composição é usar: 85% de aveia + 15% de núcleo proteico.
Em relação ao manejo, a aveia pode ser usada inteira (sem moer), tornando mais fácil o manuseio e o fornecimento, além de reduzir os custos com a moagem. Porém, no caso de animais mais velhos ou com problemas de dentição, a moagem deve ser feita, porque eles não conseguem romper a casca do grão.
É muito importante que o uso da aveia seja ajustado nas formulações, pois, em excesso, pode provocar distúrbios metabólicos.
Pastejo
A aveia também pode ser usada para pastejo – sendo uma ótima alternativa para áreas extensas. O manejo ideal é aquele que possibilita uma disponibilidade média de forragem, pois é nessa condição que se observam produções máximas por unidade de área, devido à eficiente utilização da aveia produzida, contudo a produção por animal acaba ficando um pouco comprometida.
Um ligeiro subpastejo provoca maior eficiência alimentar (com o consumo seletivo de mais folhas de aveia), e, com isso, tem-se uma produção maior por animal.
Existem dois sistemas de pastejo que mais usam a aveia: contínuo (os animais ficam em um só piquete em todo o período de produção da forrageira) e rotativo (os animais mudam periódica e frequentemente de um piquete para outro).
Como a folha de aveia é de fácil digestibilidade, a recomendação é que o produtor inicie o pastejo por apenas 1 a 2 horas por dia, adaptando a flora ruminal ao novo ingrediente. Após a fase de adaptação, que leva em torno de 2 a 3 semanas, o pastejo pode ser estendido por períodos mais longos.
O pastejo deve iniciar quando as plantas atingirem aproximadamente 30 cm de altura – o que acontece em torno de 45 a 60 dias após a semeadura.
Silagem
A ensilagem da aveia com teor de matéria seca inferior a 19% não é indicada, porque pode ocorrer fermentação clostrídica. A pré-secagem da aveia acima de 40% da matéria seca é eficiente para redução das perdas nitrogenadas no silo. O aumento do teor da matéria seca restringe a fermentação como um todo.
O corte da aveia para ensilar deve ser feito no estádio de floração plena, porque é o momento com teor mais alto de açúcar, indispensável para o processo fermentativo. É preciso fazer a pré-secagem para reduzir o excesso de umidade, deixando o material de 2 a 4 horas no sol depois do corte. Se o corte for feito no estádio de grão pastoso, não é preciso fazer a pré-secagem, porque o teor de umidade estará no ponto ideal para ensilagem. Nesse caso, a silagem manterá o valor energético, mas perderá em teor de proteína.
Qual a melhor aveia para bovinos?
Tanto a aveia preta como a branca são usadas para bovinos, dependendo de como a aveia será oferecida.
A aveia preta tem menor tamanho e rendimento dos grãos, porém maior produção de matéria seca, além de ser mais resistente ao pisoteio. Por isso é a mais usada para pastagens, cobertura de solo e produção de feno e silagem.
Já a aveia branca é mais cultivada para a produção de grãos destinados à alimentação humana e animal. O grão da aveia branca tem o dobro do peso da aveia preta. Porém, para a plantação, a aveia branca é mais exigente em fertilidade do solo.
A aveia preta tem recomendação de 180 kg/alqueire para pastoreio, podendo ser realizado até 3 pastejos, dependendo das condições climáticas.
Quais as vantagens da aveia em grãos para bovinos?
A aveia em grãos para bovinos tem uma série de benefícios – e justamente por isso tem se tornado uma alternativa interessante. Entre os pontos que podemos destacar estão:
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custo mais acessível: preparar a nutrição com uma parte de aveia chega a custar 20% menos do que produzir apenas com milho e soja;
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boa digestibilidade;
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fonte de fibras e proteínas;
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pode ser servida tanto em grãos como em silagem.
Para gado de corte, a aveia pode ser um nutriente interessante no ganho de peso. Um exemplo positivo dessa nutrição vem do pecuarista de Campos Novos, em Santa Catarina, que conseguiu engordar seus bezerros em 8 arrobas em 120 dias, com suplementação de pastagem de aveia e azevém.
Características da aveia
A aveia tem uma estrutura que oferece a ela um elevado teor de fibras (cerca de 10%), tanto com fibras solúveis (beta-glucanas), como insolúveis (presentes principalmente na casca, com celulose, hemicelulose e lignina).
O teor alto de fibra aliado à boa digestibilidade faz com que a aveia se torne um importante grão nas dietas com elevado teor de concentrado, mantendo o ambiente ruminal saudável.
A proteína da aveia também conta com boa digestibilidade, variando de 12 a 25% (teor bastante elevado quando comparado a outros cereais). Como tem de 44 a 61% de amido, a aveia também é importante fonte de energia – apresentando cerca de 87% dos nutrientes digestíveis totais do grão de milho.
Como a aveia tem maior teor de amilopectina na sua composição, ela é mais digestível que o milho.
Outros dados interessantes da aveia são: bom teor de extrato etéreo (entre 3 a 11%), cerca de 95% dos lipídeos do grão de aveia são compostos de ácidos graxos insaturados oleicos (41%) e linoleicos (39%), além do ácido graxo saturado palmítico (em torno de 15%).
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