O boi Angus é de origem europeia e é considerada uma das melhores raças de gado de corte. Oficialmente, a raça só foi reconhecida em 1835 e, rapidamente, deixou a Escócia, seu país de origem, para se espalhar pelos Estados Unidos e por toda a América Latina.
O Angus apenas desembarcou no Brasil em 1906, inicialmente na região sul e ganhando força na região sudeste apenas a partir de 1976. Hoje, as diversas variações do Angus representam o segundo maior rebanho de corte brasileiro.
O que é boi Angus?
O boi Angus é uma espécie de gado de corte que tem suas origens na Escócia e na Grã-Bretanha. Ele tem uma cabeça pequena, pescoço curto, corpo cilíndrico, peito largo e musculoso e duas cores de pelagens muito características, preto ou vermelho.
Essa é uma raça de grande porte, com vacas que pesam entre 600 a 700 kg e touros de 800 a 900 kg.
Diferença entre Angus Preto e Vermelho
Ambos os animais são da mesma raça: Aberdeen Angus (o nome “oficial” do boi Angus). O boi com a pelagem vermelha é chamado de red Angus. A variação acontece devido a um gene recessivo. É por isso que um touro e uma vaca de cor preta podem dar origem a um animal vermelho. Alguns criadores acreditam que o red Angus possui mais resistência ao calor.
Quais as vantagens de criar o gado Angus?
Não é à toa que a raça Angus tem crescido em número e em preferência dos criadores brasileiros. Afinal, ela apresenta algumas vantagens interessantes, como:
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Curto intervalo entre os partos;
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Vacas são ótimas produtoras de leite e têm muitas habilidades maternas;
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Os machos férteis têm ganho de peso fácil;
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A raça atinge a puberdade cedo;
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Os bois são rústicos, ou seja, se adaptam facilmente às condições climáticas;
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A carne é de excelência e muito bem aceita tanto no mercado nacional como internacional.
Devido às suas características produtivas (ciclo de produção mais curto, fertilidade, habilidade materna, bezerros mais pesados e maior ganho de peso), o Angus é uma raça muito usada no cruzamento industrial, especialmente na cruza com a raça Nelore.
Qual a diferença do boi Angus?
A grande diferença da carne do Angus para as demais raças está no marmoreio, ou seja, a quantidade de gordura entremeada. Essa é uma informação importante porque o maior grau de marmoreio oferece mais suculência e uma diferença no sabor. De forma geral, quanto mais marmoreio a carne tem, mais o sabor dela será “amanteigado”.
A carne do Angus tem um excelente marmoreio, sendo considerada mais suculenta e macia, sendo muito mais saborosa do que de outras raças – e por isso tão procurada.
Visualmente, o boi Angus também possui algumas características que o distingue das demais raças. Ele costuma ser mais roliço, com maior capacidade de acumular gordura intramuscular (que resulta no marmoreio).
O que é o Selo de Certificação Angus?
O programa Carne Angus Certificada foi criada em 2003 pela Associação Brasileira de Angus e é reconhecido pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA). A ideia nasceu visando a produção de carne de alta qualidade, atendendo aos consumidores mais exigentes. A inspiração veio do Certified Angus Beef, dos Estados Unidos.
Em 2007, o programa ganhou auditoria internacional e se tornou o primeiro programa de carnes do Brasil a atingir esse nível de excelência. Isso trouxe ainda mais qualidade internacional à carne brasileira e mais credibilidade ao programa, iniciando as exportações para o mercado europeu.
Para que a carne seja certificada como Angus, é preciso que sejam seguidos diferentes pré-requisitos como: animais jovens com cobertura de gordura mínima mediana, mínimo de 50% de genética Angus e conformação de carcaça adequada. Nesse processo, o frigorífico passa por diferentes exigências sanitárias superiores aos normalmente exigidos pela Vigilância Sanitária.
O consumidor pode, facilmente, descobrir quais carnes têm essa certificação, graças à presença de um selo específico inserido na rotulagem.
Como é criado o boi Angus?
Para conseguir todas as vantagens que a criação do Angus apresenta, inclusive com a produção de uma carne de qualidade, o manejo adequado é de suma importância. Separamos algumas dicas que podem lhe ajudar.
Comportamento e bem-estar animal
O bem-estar animal está diretamente relacionado à produção de carne de qualidade. Para isso, conhecer o comportamento da raça é fundamental. Algumas boas práticas são:
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Piquetes, potreiros e/ou invernadas devem dispor de sombra e água suficientes para o número de animais presentes. Os bovinos confinados devem ter cuidado redobrado, em relação à limitação do espaço usado por cada um e a capacidade de ingestão de água e comida ao mesmo tempo;
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A alimentação de bezerros em cochos deve observar o tamanho, a altura e a disposição dos mesmos dentro dos potreiros, sempre facilitando o acesso dos bezerros e dificultando o das vacas (no caso de sistema creep feeding);
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Os bovinos se sentem mais seguros em grupo, então sempre movimente-os assim e não separe um animal dos demais;
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Manejos invasivos (como castração de machos) devem ser realizados logo após o nascimento ou quando os animais ainda estão ao pé da mãe;
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Currais construídos no modelo “antiestresse” são os mais indicados.
Ventres em reprodução
A condição corporal é um método usado para avaliar visualmente as reservas corporais de gordura e músculo de acordo com um padrão pré-estabelecido, com valores que obedecem uma escala de 1 a 5, sendo 1 a vaca extremamente magra e 5 a extremamente gorda.
Essa é uma informação importante, pois a condição corporal ao parto é fator determinante no restabelecimento da atividade ovariana cíclica no pós-parto das vacas de carne.
A composição corporal da vaca considerada ideal no parto é quando desaparece a cavidade ao redor da inserção da cauda. Há presença de tecido adiposo, que não é exagerado, na superfície e os extremos das costelas estão cobertos, embora sejam palpáveis com leve pressão.
Nutrição
A otimização nutricional da dieta dos animais influencia diretamente na evolução dos parâmetros produtivos e reprodutivos. De todos os fatores nutricionais, o que afeta em maior grau a reprodução é o balanço energético negativo. Tanto a baixa disponibilidade de pasto como seu pequeno potencial nutritivo (como baixa concentração energética) determinam que os rebanhos apresentem baixos índices zootécnicos, com perdas de peso que podem atingir até 30% do peso ganho na primavera-verão.
O princípio fundamental do manejo de pastagens é controlar a frequência e a intensidade da defoliação, direcionando a sucessão vegetal para garantir a sustentabilidade do recurso forrageiro no longo prazo.
Todas as pastagens apresentam limitações nutricionais, por isso o uso de suplementação é fundamental, ajudando na digestão e no metabolismo dos nutrientes contidos nas pastagens consumidas pelos animais.
Geralmente, pastagens de boa qualidade, água e sal mineral são suficientes para manejar touros adultos. Quando se trabalha com reprodutores jovens, pode ser indicada a suplementação, especialmente no primeiro ano de serviço.
Reprodutor ideal
Em cruzamento industrial, a escolha do reprodutor é fundamental para o sucesso da técnica. De forma geral, para o cruzamento em regiões quentes, o touro ideal para monta natural é o de pelo curto e liso, podendo ser preto ou vermelho. Já na inseminação artificial, a escolha do reprodutor deve considerar as características produtivas desejadas.
Quanto custa um boi Angus?
O valor médio de um boi Angus pode variar dependendo do estado e das características do animal. No Paraná, por exemplo, um reprodutor Angus é vendido, em média, por R$13.850.
Porém, esse valor pode variar bastante. Em 2020, por exemplo, a raça Angus Ultrablack teve uma grande valorização, com preço recorde no Rio Grande do Sul de R$81 mil.
De forma geral, é possível encontrar bezerros ½ angus pelo preço médio de R$3.580.
E então, já sabe tudo sobre o boi Angus? Aproveite e descubra quais são as 8 melhores raças de gado de corte!