A hipocalcemia em vaca, mais conhecida como febre do leite ou paresia puerperal, é uma doença metabólica responsável por afetar vacas leiteiras, normalmente, saudáveis e altamente produtivas.
Em geral, a bovinocultura de leite é acometida pela doença durante o período de transição, situado entre o pré-parto até o início da lactação, já que se trata de um momento de muitas alterações hormonais e fisiológicas.
Se você como produtor se preocupa com a saúde de seus bovinos, continue conosco para saber mais sobre a hipocalcemia em vaca, como ela ocorre e qual o tratamento mais adequado.
O que é hipocalcemia em vaca?
A hipocalcemia em vaca representa uma deficiência de cálcio, aparecendo em torno de 24 a 48 horas após o parto, visto que esse é um momento onde há uma grande demanda para a produção de colostro.
Essa condição acaba por gerar grandes prejuízos à pecuária leiteira, justamente por causar uma redução expressiva na produtividade da vaca afetada.
Além disso, ao ser acometido pela hipocalcemia em vaca, o bovino leiteiro também fica mais vulnerável às outras enfermidades metabólicas e infecciosas.
Doenças correlacionadas
Entre as doenças correlacionadas à hipocalcemia em vaca, aparecem:
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Retenção de placenta;
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Deslocamento do abomaso,
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Metrite;
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Atonia ruminal.
Por que a hipocalcemia ocorre?
A exigência de um alto nível de cálcio para a formação do feto e para a produção do leite causa a diminuição dos níveis séricos do mineral e abala profundamente a saúde dos bovinos, podendo levar à morte do animal.
Como a necessidade do cálcio é pequena durante o tempo de gestação, a reserva de cálcio é mais baixa nas fêmeas. No entanto, conforme o parto se aproxima, existe uma demanda maior devido à lactação.
Nesse sentido, a hipocalcemia em vacas acontece, principalmente, pela dificuldade do organismo em manter a homeostase do cálcio nesse momento de mudanças intensas em decorrência do parto.
É comum que a maioria das vacas recém-paridas sofram com a doença, contudo, 5% a 20% dos casos são mais sérios, aparecendo manifestações clínicas da hipocalcemia em vaca.
Sintomas
Os primeiros sinais clínicos da hipocalcemia em vaca são inúmeros. E como as listas sempre facilitam na visualização, preparamos uma com os principais sintomas:
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Tremores musculares;
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Ataxia;
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Dispneia;
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Decúbito esternal;
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Depressão;
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Anorexia;
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Taquicardia;
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Temperatura corpórea reduzida;
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Muflo seco;
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Cabeça voltada para o flanco.
Em casos mais graves, o animal apresenta flacidez muscular completa, falta de resposta aos estímulos, decúbito lateral, perda de consciência e, consequentemente, coma.
Diagnóstico
O diagnóstico da hipocalcemia em vaca acontece através da análise do histórico do animal, dos sinais clínicos apresentados e do exame realizado por um médico veterinário, mensurando os níveis de cálcio no sangue.
Como prevenir a hipocalcemia em vaca?
Agora que você chegou até aqui, deu para perceber como essa doença pode deixar a vida do seu rebanho por um triz, não é?
Por isso, é importante adotar uma série de medidas e estratégias eficazes para evitar a hipocalcemia em vaca.
Segundo os especialistas, o mais recomendado é realizar a implementação de uma dieta aniônica no pré-parto, o que consegue melhorar o nível de cálcio no sangue.
As dietas aniônicas compostas por acidogênicos cumprem o papel de diminuir o pH do sangue e colaboram para o aumento de paratormônio (PTH).
Dessa forma, é estimulada a desmineralização dos ossos, uma maior absorção intestinal e o processo de eliminação de cálcio por meio da urina é reduzido.
Como tratar a febre do leite em vacas?
O tratamento padrão de hipocalcemia em vaca é feito com base na aplicação do Borogluconato de cálcio (BGC) em solução de 20 a 30%, de preferência, pela via endovenosa.
É recomendada a dose de um grama de cálcio para cada 45kg de peso vivo. Ainda, conforme os estudos da área apontam, o desempenho do tratamento está intimamente associado à dose de cálcio administrada.
Basicamente, uma dose mais alta implica chances de recuperação ainda maiores.
Tratamento via subcutânea
Embora seja comum a administração do cálcio por via subcutânea, existem algumas limitações desse método na resposta ao tratamento.
Para o bovino absorver o cálcio subcutâneo, é necessária uma perfusão periférica adequada, diminuindo consideravelmente a eficácia do tratamento nos animais desidratados.
É indispensável ficar em alerta em relação à administração do medicamento, já que o cálcio injetável pode causar irritação e até mesmo necrose do tecido, sobretudo, quando a quantidade de mililitros de solução é aplicada acima do ideal.
Processo de recuperação
Após receber a medicação, a recuperação da vaca com hipocalcemia ocorre imediatamente ou no máximo em 2 horas.
Apesar de a resposta ao tratamento ser rápida, é normal que algumas vacas apresentem novamente os sinais da doença em 24 ou 48 horas, tendo que receber o mesmo medicamento uma segunda vez.
Assim, o que é realmente aconselhado é investir em uma nutrição adequada durante todo o período de transição, de modo a garantir a saúde do seu rebanho e a evitar problemas maiores para a sua fazenda.
Gostou de entender como as vacas são afetadas pela febre do leite? Então, aprenda mais ao nosso lado e fique por dentro de outros conteúdos do nosso blog!