A pecuária brasileira é extremamente forte e importante para a nossa economia. Com a adoção de novas tecnologias, os resultados aumentaram significativamente nos últimos anos.
De acordo com os dados da Embrapa, nos últimos 40 anos, a produção de carne de ave aumentou 22 vezes, de carne suína e de leite, 4 vezes cada e de carne bovina, também 4 vezes.
Para entendermos a importância da pecuária brasileira, basta analisarmos a relação dela com o PIB. Em 2019, o PIB brasileiro foi de R$7,3 trilhões, com um crescimento de 6,8% em relação ao ano anterior. No mesmo período, a pecuária representou 8,5% do total do PIB.
Mas, ao contrário do que muitos imaginam, a pecuária no Brasil não é apenas formada de bovinos. Veja quais são os tipos existentes no nosso país!
Como é a pecuária hoje em dia no Brasil?
A pecuária no Brasil é muito forte – e um dos mais importantes setores da nossa economia. Hoje, o Brasil possui o segundo maior rebanho bovino do mundo e o primeiro maior rebanho comercial (pois a Índia não exporta os seus animais).
No cenário internacional, o Brasil representa 17% da produção do mundo de carne. Em 2021, de acordo com os dados da Comex Stat, o nosso país exportou cerca de 1.560.220 toneladas de carne, o que gerou uma receita aproximada de 7.966,48 bilhões de dólares.
Os principais destinos da carne brasileira são: China, Hong Kong, Chile, Estados Unidos e Egito. E os principais estados produtores são: Mato Grosso, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Esse cenário só foi possível graças às amplas modernizações vivenciadas nos últimos 40 anos, com mais pesquisas em genética, avanços no controle de pragas e doenças e melhorias das pastagens.
Quais são os tipos de pecuária no Brasil?
Para compreender melhor a pecuária brasileira, é importante entender quais são os principais tipos, pensando em divisões mais didáticas. Vamos ver em detalhes.
1- Pecuária de corte
A pecuária de corte é aquela dedicada à criação de rebanhos para a comercialização da carne animal. Essa é uma das principais pecuárias do país, com expressão e força significativas no cenário internacional.
2- Pecuária leiteira
A pecuária leiteira é a criação de animais para a produção de leite e seus derivados, como manteiga, queijo, iogurtes etc.
3- Pecuária de lã
É a pecuária voltada à obtenção de lã, derivada de ovinos e caprinos.
4- Pecuária extensiva
A pecuária ainda pode ser dividida em relação à modalidade de criação dos animais. Na extensiva, os animais são criados soltos, com uma alimentação pouco balanceada e baseada, principalmente, nos alimentos oferecidos no meio natural, como as pastagens.
Essa pecuária é mais simples e, normalmente, usada por pequenos pecuaristas, sem tantos investimentos em tecnologia.
5- Pecuária intensiva
A pecuária intensiva é o oposto da anterior, pois a criação dos animais é feita no sistema de confinamento. Assim, o pecuarista usa técnicas que aumentam a produtividade, obtendo um lucro maior. Um exemplo é a inseminação artificial, clonagem e reprodução assistida.
Os animais recebem um tratamento diário com o uso de vários insumos agrícolas. Por todos esses pontos, a produtividade tende a ser maior, especialmente para a pecuária de corte.
Quais os principais tipos de rebanho no Brasil?
O IBGE possui um ranking com os principais rebanhos do Brasil. Em 2020, foram:
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Galináceos, com a produção de 1.479.363.352 cabeças.
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Bovinos (bois e vacas), com a produção de 218.150.298 cabeças.
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Suínos (porcos), com a produção de 41.124.233 cabeças.
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Ovinos (ovelhas e carneiros), com a produção de 20.628.699 cabeças.
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Codornas, com a produção de 16.152.169 cabeças.
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Caprinos (bodes e cabras), com a produção de 12.101.298 cabeças.
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Equinos (cavalos), com 5.962.126 cabeças.
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Bubalinos (búfalos), com 1.502.482 cabeças.
Raças de bovino de corte
As raças de bovino de corte mais usadas no Brasil são:
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Nelore
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Brahman
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Brangus
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Senepol
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Hereford
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Caracu
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Charolês
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Guzerá
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Tabapuã
Raças de bovinos leiteiro
Já as principais raças de bovino leiteiro são:
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Holandesa
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Jersey
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Pardo Suíço
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Zebus Leiteiras (Gir, Guzerá e Sindi)
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Girolando
O que esperar da pecuária brasileira em 2022?
De acordo com as projeções da Embrapa e dos analistas da CiCarne, em 2022 a exportação de carne bovina brasileira deve crescer – e a Ásia deve continuar como a principal importadora, especialmente a China.
Em relação aos suínos, há uma possibilidade de aumento das exportações da carne brasileira, já que a China deve reduzir a sua produção (devido aos preços em queda e os altos custos com insumos).
No mercado nacional, há preocupações, graças à alta da inflação projetada e do desemprego que devem refletir no consumo de carne bovina no mercado nacional (que representa 75% da produção total).
Oferta de bezerros
O preço do bezerro continua acima do valor médio nominal registrado em 2020. Isso leva à retenção de fêmeas, aumentando a produção de bezerros e a disponibilidade de ofertas para os recriadores no médio prazo.
Lembrando que o atual ciclo pecuário teve início em 2019. Por isso, os custos de reposição só devem baixar a partir de 2023, embora em 2022 haja um aumento na oferta desses animais.
Custos e margens
Infelizmente, os custos de produção continuarão aumentando em 2022, especialmente dos fertilizantes (que teve um aumento de mais de 100% em 2021), o que influencia no custo de produção do milho e da soja – afetando o preço da ração para suplementação.
Por isso, as margens devem continuar apertadas em 2022, com falta de vaca para abate e abastecimento do mercado interno. As indústrias buscarão bois que estarão com a demanda aquecida no mercado externo e com a arroba valorizada.
Riscos sanitários
Alguns riscos podem trazer prejuízos ao comércio da carne brasileira, especialmente os surtos de febre aftosa e de vaca louca. Outras doenças podem fazer com que a China suspenda as importações da carne brasileira por mais tempo – o que pode afetar negativamente a produção em 2022.
Além dos riscos sanitários, outros pontos podem influenciar a pecuária de corte, como as más condições climáticas, que interferem no cultivo de grãos para a produção de ração, elevando os custos de produção.
Um desafio será pensar em formas de intensificar a produção sem avançar para áreas de floresta, visto que o desmatamento traz riscos negativos para toda a cadeia produtiva e para a sociedade em geral.
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