A produção brasileira de leite segue em franco crescimento. De acordo com um levantamento do IBGE, de 2010 a 2016, a produção leiteira nacional cresceu 1,57%. E para atingir essa média, o produtor brasileiro precisou aprender mais sobre a vaca leiteira, as raças e otimizar as formas de produção.
Quando o assunto é um rebanho de vaca leiteira, ainda há muitas dúvidas que permeiam o setor. Por exemplo, quantas vacas é preciso ter para conseguir lucro, como ocorre o ciclo produtivo da vaca leiteira, entre outros.
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Como a vaca produz leite?
Depois de dar à luz, a vaca inicia a produção de leite que se mantém por nove ou mais meses – estimulada pela ordenha mecânica ou manual. Nesse período, a vaca não precisa estar prenha, apenas bem alimentada, saudável e criada em boas condições ambientais.
O recomendado, contudo, é que a vaca leiteira dê a luz uma vez por ano, considerando que sua gestação leva nove meses – e tenha a lactação por 10 meses. Em fazendas leiteiras, geralmente, os animais são inseminados novamente em torno de 60 dias após o parto. Entre uma lactação e outra, a vaca pode ficar sem dar leite por, no mínimo, 60 dias.
O número de gestações depende da raça e das condições de criação. De um modo geral, uma vaca terá em torno de 4 gestações ao longo da sua vida.
O período de produção de leite de todas as vacas tem início com o nascimento do bezerro. Para prolongá-lo, é necessário que, depois do desmame (em média 60 dias após o nascimento, para gado de leite), a mama da vaca seja estimulada pela ordenha.
Quando a mama é pressionada ou sugada, uma mensagem é enviada ao cérebro da vaca, o que estimula a hipófise, liberando o hormônio oxitocina. A substância chega até as mamas pela corrente sanguínea, contraindo as fibras musculares e forçando a liberação de leite.
Para interromper a produção (indicado nos dois meses finais da gestação), é só parar de ordenhar a vaca.
Quantos litros a vaca leiteira produz por dia?
A resposta para essa pergunta é “depende”. Afinal, há uma série de fatores que podem influenciar na produção de leite. A começar pela genética, quanto mais você investir em melhoramento genético para o seu rebanho, melhores serão resultados.
Outro ponto importante é a alimentação. Seguir uma tabela de ração para vaca leiteira é fundamental. Assim, você consegue garantir que a vaca está recebendo a quantidade adequada de vitaminas e nutrientes necessários para que seu organismo continue a produzir leite de qualidade.
Além disso, o bem-estar animal e o manejo consciente também pesam nessa equação.
Uma forma de medir a eficiência na sua fazenda é usando a curva de lactação, montando uma para cada vaca. Uma curva típica tem uma fase ascendente, com as produções diárias aumentando. Em torno do segundo mês de lactação, alcança-se o ponto de máxima produção (pico). Depois, ocorre uma longa fase descendente, determinada pela persistência da lactação.
Então, quando falamos em produção de uma vaca leiteira, existem alguns pontos que você deve analisar na sua curva de lactação: o pico de produção ou altura da curva, a persistência (grau de declínio pós-pico) e o período de lactação (comprimento da curva de lactação).
Nas raças europeias, o pico de produção ocorre entre 45 e 60 dias após o parto, já nas raças mestiças ou zebuínas, o pico acontece aos 30 dias após o parto.
Analisar esse pico é muito importante. Se, por meio de manejo, alimentação e conforto a vaca tiver um, dois ou três litros a mais no pico – essa produção adicional poderá ser estendida ao longo de toda a lactação.
Outra característica importante é a persistência da lactação. Geralmente, vacas leiteiras mais novas, novilhas de primeiro parto, apresentam uma curva de lactação com pico menor, porém maior com maior persistência.
Qual é a melhor vaca leiteira?
Como vimos, a genética é um ponto importante que influencia na produção de leite. Por isso, escolher boas raças de vaca leiteira é essencial para obter melhores resultados.
As espécies mais representativas de vaca leiteira são:
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Holandesa: é a raça europeia mais disseminada no mundo e com maior potencial para a produção de leite. Tem a pelagem branca e preta ou branca e vermelha e é uma vaca exigente em relação ao clima, manejo e conforto. A Holandesa é uma matriz muito usada em cruzamentos devido ao seu potencial. As novilhas geralmente têm sua primeira cria aos 2 anos – e a média de produção é de 6 a 10 mil kg em 305 dias de lactação.
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Pardo Suíço: uma das raças europeias mais antigas. Embora possa ser usada na produção de carne, essa é uma raça mais usada na produção de leite. Tem uma pelagem parda clara a cinzenta escura. Essas são vacas rústicas e com alta longevidade e fertilidade. A média de idade das novilhas ao primeiro parto é de 30 meses e a produção média de leite é de 2.500 kg em 200 dias de lactação.
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Jersey: raça europeia rústica que se adapta facilmente a produção de leite, com alta longevidade e fertilidade. É uma vaca de pequeno porte, com pelagem parda que varia do pardo escuro ao amarelo claro. O seu leite possui elevado teor de gordura e de proteína. Possui uma precocidade sexual e, por isso, a primeira parição pode ser dos 15 aos 18 meses de idade. Produz uma média de 3.500 a 5.500 mil litros de leite em 305 dias de lactação.
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Zebu leiteiras: as raças indianas mais conhecidas como zebuínas se diferenciam das europeias por serem animais mais adaptáveis, com grande resistência ao calor e à alta umidade do ar. As raças mais comuns são: Gir, Guzerá e Sindi.
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Girolando: resultado do cruzamento da raça zebuína Gir com a raça europeia holandesa. A mistura agrega rusticidade com alta produção, além de precocidade sexual, longevidade e fertilidade. A principal vantagem é em relação ao preço, por não ser uma raça pura, seu valor é menor. A média de produção de leite é de 5.061 kg em 283 dias de lactação.
Qual é o preço da vaca leiteira?
O valor da vaca leiteira depende muito da raça. Atualmente, é possível encontrar uma bezerra Girolanda por R$2,7 mil por cabeça. Já uma novilha de vaca holandesa pode ser encontrada por R$ 4.800.
Além da raça, o valor também pode ser diferente dependendo da região do país. Em Rondônia, por exemplo, a vaca leiteira pode ser encontrada por uma média de R$3,2 mil.
Outro ponto que influencia é o quanto de leite a vaca está produzindo. Uma vaca leiteira com uma média de produção acima dos 20 litros por dia pode ser comercializada, por exemplo, por mais de R$ 5800. Já uma vaca leiteira produzindo até 5 litros por dia tem um valor menor, em torno de R$2900.
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